SALICUS
Revista de Música Litúrgica
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Notícias da Arquidiocese de Braga

SALICUS 15

Número 15 da SALICUS, brevemente disponível. 

 

Nos próximos dias será disponibilizado o número décimo quinto da SALICUS, dedicado ao Tempo Comum. O Tempo Comum é o tempo mais extenso do ano litúrgico, que abrange 34 semanas. Nesta edição da Revista de Música Litúrgica – SALICUS, continuamos com a publicação de mais três antífonas para a Apresentação dos dons, enriquecendo assim o nosso reportório para este momento da celebração.

Que função tem o cântico de Apresentação dos Dons? Será preciso cantar sempre no momento da Apresentação dos Dons?

O canto de Apresentação dos Dons está colocado entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. É um momento menos intenso da celebração, pode haver como que uma espécie de «respiro» para toda a assembleia. Este instante pode ajudar a assembleia a interiorizar melhor a Palavra que escutou e meditou e prepará-la interiormente para a liturgia eucarística.

Não é preciso que o cântico da Apresentação dos Dons seja sempre cantado. Existem várias possibilidades para este momento. A primeira é fazer silêncio ou escutar o órgão a solo, muito suave, no sentido do repousar os nossos sentidos e nos preparar para o momento que se segue. As peças, a ser executadas, deverão ser apropriadas para não «incomodar» a tranquilidade e o espírito de oração da assembleia. Outra possibilidade é o canto. Os cânticos devem ser adequados ao momento que se está a viver. Podem ser tratadas temáticas como a doação, a entrega ou alegria. Deve prestar-se atenção aos textos que se cantam. Podem ser cantados cânticos com o conteúdo da Palavra de Deus ou o que se está a viver no tempo litúrgico. Este é um momento em que o coro pode cantar sozinho. Por exemplo, executar uma peça polifónica. Uma terceira forma é recitar os textos que acompanham a Apresentação dos Dons e a assembleia responde: “Bendito seja Deus para sempre”. Isto não se deve fazer quando há música de fundo ou quando se está a cantar. Quando está a ser executada música instrumental ou canto, o celebrante principal fá-lo-á em voz baixa. Uma nota a ter sempre em conta é que, qualquer uma das possibilidadesão deve prolongar o tempo destinado à Apresentação dos Dons. O coro ou organista devem estar atentos ao presidente principal para que a celebração decorra bem, no seu ritmo próprio.

Neste sentido, para este número 15, dando continuidade à temática das antífonas para a Apresentação dos Dons, a revista SALICUS publica as antífonas para o V, VI e VII domingo do Tempo Comum. Para o V domingo do Tempo Comum, publica a antífona: «Firmai os meus passos», composta por Rui Paulo Teixeira, a partir do Sl. 16, 5-7, na qual o próprio autor sugere várias alternativas de interpretação. A versão A, para órgão e coro a 4 vozes, com um preludium para órgão, ajudando a assembleia a fazer a passagem da mesa da Palavra para a mesa da Eucaristia, introduzindo-a num novo ambiente; depois entra o coro a quatro vozes mistas, sempre acompanhado pelo órgão e, no fim, conclui com um pequeno postludium para órgão em jeito de conclusão. É para um coro que disponha de maiores recursos. A versão B, para coro a 1 voz, ossia com Assembleia, e órgão, com um preludium para órgão, depois a entrada da voz do soprano, sempre acompanhado pelo órgão e, no fim, conclui com um posludium para órgão em jeito de conclusão. É para um coro que possua menos recursos, acompanhando as vozes.

De seguida, é publicada a antífona para o VI domingo do Tempo Comum: «Bendito sejais, Senhor», composta por Paulo Bernardino, a partir do Salmo 118, 12-13. O autor oferece duas versões. A versão A, para órgão e coro a 4 vozes, começa com uma introdução para órgão contemplativa, introduzindo a assembleia para o momento que se sucede; depois entram o soprano e o alto em uníssono: «Bendito sejais, Senhor». De seguida, entram o tenor e o baixo em uníssono com uma outra voz acompanhando com assembleia o soprano e o alto que repetem a melodia inicial. Depois todo o coro canta um pequeno solo com a parte final do texto e conclui a quatro vozes mistas com a primeira frase, sempre acompanhado pelo órgão e, no fim, termina com um pequeno postludium para órgão em jeito de conclusão. É para um coro que disponha de menores recursos. A versão B, para órgão e coro a 4 vozes, inicia também com uma pequena introdução para órgão contemplativa, depois entram o soprano e o alto em uníssono: «Bendito sejais, Senhor»; em seguida o entra o tenor em uníssono com uma outra voz acompanhando com assembleia o soprano e o alto que repetem a melodia inicial. Depois começa o tenor um solo. Logo a seguir entra o alto com outra voz e depois o soprano com outra voz, por fim entra o baixo. No final, o coro conclui a quatro vozes mistas com a primeira frase, sempre acompanhado pelo órgão e, por último, termina com um pequeno postludium para órgão em jeito de conclusão. É para um coro que disponha de mais recursos.

Para o VII domingo do Tempo Comum, a Revista publica: «Atendei a voz do meu clamor», composta por Alfredo Teixeira, a partir do Sl. 5, 3-4ª. O compositor presenteia-nos com duas versões. A versão A, para órgão, trompa em Fá, coro a 4 vozes e assembleia, com uma introdução para órgão (parte A), de seguida entra o coro a solo, acompanhado pela trompa em Fá, com a primeira parte da antífona (parte B), depois há um interlúdio para órgão (parte C), segue-se uma nova entrada do coro com solista ou coro com a segunda parte do texto, acompanhado pela trompa em Fá e órgão (parte D) e, finalmente, um poslúdio para órgão (parte E). É para um coro com mais recursos. A versão B, para órgão, coro a 1 voz e assembleia, com uma introdução para órgão (parte A), de seguida entra o coro a solo, com a primeira parte da antífona (parte B), depois há um interlúdio para órgão (parte C), segue-se uma nova entrada do solista ou coro com a segunda parte do texto, acompanhado a órgão (parte D) e, por fim, um poslúdio para órgão (parte E). É para um coro com menos recursos.

Na última parte da secção das obras, é publicada uma «Missa Brevis», composta por Paulo Bernardino, para coro infantil a uma voz e órgão. Missa composta pelo «Senhor, tende piedade de nós», «Santo» e «Cordeiro de Deus». Para uma melhor interpretação da obra, podem ler-se algumas sugestões à interpretação/performance do próprio autor da obra, na página 68.

No «Livro de órgão» é trabalhada a antífona de entrada: «Povo de Reis», música de Lucien Deiss, harmonizada por João Santos, em duas versões. A versão A com introdução a órgão a solo, seguida da entrada da assembleia e do coro a 1 voz, com duas possibilidades de acompanhamento organístico, para o organista poder variar, seguindo-se a estrofe a uma voz e órgão, e um poslúdio para órgão. A versão B, com introdução a órgão solo, seguida da entrada da assembleia e do coro a 1 voz, com duas possibilidades de acompanhamento organístico, para o organista poder variar, seguindo-se a estrofe a uma voz e órgão, e um poslúdio para órgão.

Ainda no «Livro de órgão», é trabalhada a antífona final: «Povo teu somos», com música de Anónimo (séc XVI), harmonizada por João Santos, em duas versões. A versão A com introdução a órgão, seguida da entrada do coro/assembleia, com três possibilidades de acompanhamento organístico, para o organista poder variar. É para um coro com menos recursos. A versão B, com introdução a órgão solo, seguida da entrada da assembleia e do coro a 1 voz, com três possibilidades de acompanhamento organístico, para o organista poder variar, seguindo-se depois um poslúdio para órgão. É para um coro com mais recursos.

Como «artigo», na presente edição, continuamos a apresentar «A Música Litúrgica pós- Conciliar – Uma aproximação à Diocese da Guarda», uma reflexão de Francisco Coimbra. Na apresentação o autor «procura analisar e compreender a atividade musical do Padre José Joaquim Pinto Geada e do Padre António José de Oliveira Morais, ambos do presbitério da Guarda, vincadamente marcados pelas tendências do neomodalismo, próprias do diálogo com as formas musicais da contemporaneidade». Desta vez, publicamos o III capítulo onde o autor faz uma análise de obras do Padre José Geada e do Padre António Morais.

Francisco Coimbra conclui que «as composições de ambos, além de traduzirem um profundo conhecimento musical, uma adequação real aos cânones musicais vigentes na Igreja e uma clara elevação espiritual, traduzem esse desejo, insaciável, de contribuírem para reconstrução da Catedral, para a reconstrução da Liturgia terrestre, que no tempo presente, nada mais é do que o espelho da Liturgia celeste».

 

O Diretor

Juvenal Dinis

 

Ver notícia publicada no Jornal “Diário do Minho”, 15-03-2024