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Notícias da Arquidiocese de Braga

Fafe acolheu V Domingo SALICUS

Realizou-se, no dia 26 de fevereiro de 2023, na igreja so Sagrado Coração de Jesus, em Fafe, o V Domingo SALICUS: iniciativa organizada pelo Departamento Arquidiocesano de Música Sacra de Braga, pelo Departamento de Música Sacra do Arciprestado de Fafe e pela Revista SALICUS.

No passado domingo, dia 26 de fevereiro de 2023, realizou-se na igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Fafe, o V Domingo SALICUS: iniciativa organizada pelo Departamento Arquidiocesano de Música Sacra de Braga, pelo Departamento de Música Sacra do Arciprestado de Fafe e pela Revista SALICUS. Foi uma tarde de reflexão e música.

Em Fafe, o Cón. Hermenegildo Faria abordou o tema: «Cantar na Missa ou cantar a Missa». O palestrante começou a sua exposição por  salientar que «na Liturgia a música tem a mesma função que o silêncio. O silêncio ajuda a escutar melhor, cria condições para uma escuta mais frutuosa». Referindo-se ao cantar, sublinhou que «os textos a cantar na Missa estão no Missal Romano» e deu o exemplo da narração da Instituição da Eucaristia na Missa como o texto mais importante da Missa. Convidou os coros presentes a trabalharem bem o texto que é cantado para que seja bem percetível – «às vezes não se percebe o texto que é cantado». Quanto ao cantar na Missa afirmou: «a Missa são textos e gestos que acompanham o rito. Temos a ideia de que cantamos na Missa. A Missa é um texto só do princípio ao fim. Há uma dinâmica da celebração. A Missa é uma coisa só. Às vezes temos aversão ao silêncio, ao vazio, o silêncio faz parte também do rito. Cantamos na Missa e cantamos a Missa. A Missa pode ser cantada do princípio ao fim. Na Missa há momentos em que se canta o próprio rito e momentos em que o canto acompanha o rito. Por exemplo, quando cantamos o Santo, cantamos o próprio rito, cantamos o texto que está no Missal. Os cânticos de entrada, ofertório, comunhão, aleluia e cordeiro de Deus – acompanham o rito. A música deverá sempre respeitar o carácter do texto».

Terminada esta exposição, fomos presenteados com um breve momento musical, pelas vozes do Grupo Coral de Quinchães – com a partilha dos cânticos: “Cantai um cântico novo”, “Tu és Pedro” e “Anunciai as maravilhas do Senhor”; e com as vozes do Grupo Coral Interparoquial de Fornelos e Medelo – com a partilha dos cânticos: “Bendito sejais, Senhor”, “À Virgem cheia de graça” e “Não desprezeis o domingo”.

De seguida, o Pe. Juvenal Dinis tratou o tema: «Música / Liturgia / Jovens». Começou pela definição de alguns conceitos, dizendo que: «a liturgia é a palavra mais usada hoje em dia para se referir à função santificadora da Igreja. A liturgia é a obra total de Cristo, tem como objetivo a santificação da humanidade e pertence a todo o povo de Deus, que em virtude do sacramento da batismo tem o direito e o dever de participar nas ações litúrgicas, constituída por gestos e palavras. «A liturgia é a fonte e o cume da vida da Igreja» (SC10). A música litúrgica é aquela que nasceu e deve nascer da palavra, aliada ao rito e à comunidade; deve estar intimamente ligada com a ação ritual como sua expressão, faz parte do próprio rito». Citando a Instrução Musicam Sacram, nº 16, referiu que «não há nada mais festivo e mais grato nas celebrações sagradas do que a assembleia que, toda inteira, exprime a sua fé e a sua piedade através do canto». Cantar na Missa exige do cantor que seja presença de Cristo, para que Cristo atue no cantor e através dele. Na liturgia, o cantor não canta para sua exibição pessoal, canta para colocar uma assembleia a cantar e louvar o Senhor. Falando dos jovens e aos jovens, lembrou as palavras do Papa Francisco na exortação Cristo Vive: os jovens «são o presente, estão a enriquece-lo com o seu contributo». Os jovens podem ajudar muito os grupos corais com a sua juventude, o querer aprender, a melhorarem muito a sua qualidade coral e a ajudarem a renovar os nossos grupos corais. Afirma o Papa Francisco: «O canto pode ser um grande estímulo no percurso dos jovens». Nunca como hoje tivemos tantos jovens músicos formados nas comunidades, é preciso saber integrá-los mais na liturgia, envolvê-los. Eis o grande desafio.

De seguida fomos brindados por mais um momento musical pelas vozes do Grupo Coral da Igreja do Sagrado Coração de Jesus – com a partilha dos cânticos: “Vós sois a Luz do Mundo”, “Salve estrela do mar” e “Alma de Cristo”; e com as vozes do Grupo Coral Santa Maria de Antime – com a partilha dos cânticos: “Salver Mater Misericordia”, “Maria, fonte da Esperança” e “Eu darei ao meu povo a salvação”.

Concluiu o encontro o Arcipreste de Fafe, Pe. José António, com uma palavra de gratidão aos palestrantes e a todos os presentes desafiando a continuar este investimento na formação dos agentes pastorais para que as celebrações sejam cada vez melhor preparadas e celebradas para “maior glória de Deus e salvação das almas”.

Departamento Arquidiocesano de Música Sacra de Braga

Ver artigo publicado no Jornal “Diário do Minho”, 10-03-2023